terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Excel : Mocinho ou Vilão ?


Excel: Mocinho ou Vilão no mercado da Construção

Agilidade, flexibilidade, performance, facilidade de uso, essas são algumas características pelas quais o Excel vem sendo largamente usado nas corporações como ferramenta de gestão.
Nos meus mais de 20 anos de experiência já vi planilhas com as mais diversas características, algumas se tornando verdadeiros sistemas, poderíamos dizer que em certas organizações ou mesmo em algumas áreas de corporações podemos ver implementado o “sap”(sistema avançado de planilhas), planilhas que não só apresentam os resultados em formato visualmente agradável e amigável, mas que também recebem a entrada e registro desses dados, e ai começa o problema.

Normalmente essas planilhas por mais seguras que sejam, podem sempre sofrer manipulação dos dados nelas contido, onde o resultado pode ser alterado, além de não podemos esquecer de um fator importante, que é a propriedade do dado, da informação ali contida que facilmente pode ser desviado, enviado por meio de email, pendrive, disponibilizado na nuvem, e nesse momento a sua organização pode ter seus dados mais sensíveis e estratégicos disseminados para aqueles que não deveriam ter acesso ao mesmo .

Outro ponto ao qual devemos atentar é ,que  normalmente atrás dessa planilha fabulosa tem uma pessoa, e somente uma que a concebeu e por isso a conhece como ninguém ,e somente ele sabe como ajusta-la para atender novas demandas, corrigir problemas em formulas e gráficos contida na mesma.  E se esse individuo se desligar da organização por um motivo qualquer ? O que fazer ?


Será que essa é realmente uma ferramenta segura para que todos os seus números mais sensíveis sejam tratados ?

Os dados contidos na planilha são realmente confiáveis ?
Você tem certeza que os mesmos não foram manipulados, ajustados para apresentar um numero bonito ?
As formulas estão todas corretas ?
Será que nenhum desavisado alterou alguma célula que continha um formula fundamental, trocando a mesma por um numero digitado , usando o algorítimo de Thor ( marreta ) para chegar no resultado esperado ?
Será que nenhum outro membro da sua equipe tem um outra planilha mágica que apresenta os mesmo dados com um resultado diferente ?

Não estou afirmando que o Excel ou outra ferramenta de planilha eletrônica não deve ser usada, de modo algum , estou apenas fazendo um questionamento se estamos usando essa ferramenta da maneira mais adequada.

Não seria mais interessante ,que tivéssemos essa ferramenta com todas as suas vantagens e potencialidades sendo usada como um extrator de informação? 
Onde os gráficos, tabelas dinâmicas e layouts serão usados para apresentar a informação que veio do seu ERP e não para gerá-las ?

Usando da maneira adequada , essa ferramenta é potencializada com a garantia que o dado nela apresentado, não foi e não será manipulado, que a informação ali contida é sadia e coerente , além de rastreável.

Usada dessa maneira, garantido a homogeneidade e padronização dessa ferramenta , tem-se a garantia que a logica de calculo é a definida pela empresa e não apenas por um colaborador da empresa, que qualquer alteração nesse modelo foi aprovado por todos os interessados, e que qualquer um dos interessados nesse dado o verá da maneira adequada.

Vale a pena refletirmos sobre isso, afinal são dois lados da mesma moeda.


Se essa ferramenta será mocinho ou vilão dependerá apenas de como vai usa-la.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Sindrome de Gabriela

Algumas empresas querem se modernizar e com toda a razão investem em tecnologia, porém se esquecem que somente tecnologia não irá resolver o problema. A tecnologia é uma ferramenta mas o processos precisam ser revistos, modernizados , remodelados. 
Nesse hora surge a síndrome de Gabriela. 
O que mais vermos são pessoas falando "mas sempre foi assim, sempre fiz assim, para que mudar?".
Para isso mudar é fundamental que a empresa e alta gestão apõem efetivamente a mudança, que a patrocinem e estejam dispostos a até mesmo afastar aquelas pessoas que não estejam em consonância com o objetivo da empresa.
No mundo competitivo de hoje não há espaço para "Gabrielas"



Sem essa mudança fundamental não haverá modernização, você trilhara os mesmos caminhos tortuosos e obterá os mesmos resultados indesejados. 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Difícil é fazer fácil.

Difícil é fazer fácil.




Durante anos a fio tenho falado isso para todos com que trabalhei e levo comigo essa filosofia de trabalho .
Ao falar isso com as pessoas, tenho notado que várias delas não entendem a frase logo de cara.
Como analista de sistemas, tenho por obrigação entender a demanda do meu usuário e atender da maneira mais adequada e com a melhor solução tecnológica. 
Atender de maneira adequada significa que devo entender a necessidade do cliente, entender o seu processo, propor uma solução que gere o resultado esperado. 
Mas de nada adianta desenvolver, um sistema ou uma funcionalidade que atenda todos os requisitos do cliente, que seja perfeita tecnicamente e tecnologicamente, se a mesma não for funcional. De nada adianta ter uma coisa que funcione e não seja funcional , isso é como ter um cinzeiro em uma moto.
O sentido da minha frase é simples, não importa o quanto a pessoa que irá implementar a solução venha sofrer, sangrar para entregar uma solução que seja funcional para o cliente. 
O que o nosso cliente deseja, é ter o mínimo de esforço para chegar a um resultado.

Difícil é fazer fácil, significa simplesmente o seguinte, pense como o cliente, se coloque no lugar dele, pense como ele pensa, use o seu produto como ele usa.
Para algumas pessoas isso parece um esforço hercúleo, mas na essência não somos todos clientes de alguém ?
Pense no seu banco, não é muito bom poder entrar no site do banco e tirar o seu extrato, pode fazer aplicações e executar uma serie de outras operações com poucos clicks de mouse ?
Isso só é assim porque alguém pensou no cliente, olhou a vida como ela é, vivenciou o dia a dia do cliente e fez algo para ele que seja ergonomicamente correto.

Quando desenvolvemos um produto com esse pensamento, por mais difícil que seja para quem irá fazer o produto, o resultado junto ao cliente é sempre satisfatório.
Poderia citar inúmeros casos de sucessos, mas o mais visível de todos é o Windows, não estou aqui para fazer apologia a nenhuma ferramenta, mas se olharmos friamente sem paixões, a popularização do uso dos computadores domésticos aconteceu muito em função da facilidade de uso dos mesmos, e essa facilidade veio de um sistema operacional que olhou e pensou como o seu cliente, o usuário, nós, gostaríamos de usar o computador.

Portanto ao desenvolver um produto, seja qualquer que seja, pense em como a pessoa comum vai usar e não como você, quem está desenvolvendo, vai usá-lo. Pense que em uma tela do seu sistema um usuário vai entrar 50 vezes por dia para executar uma determinada ação , e que essa tela tem que ser amigável o suficiente para que ele faça isso sem ficar irritado com quantidade de comandos, clicks, janelas e ações que ele tem que tomar.
Lembre-se DIFÍCIL É FAZER FÁCIL

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Planejar é preciso !






Um dos maiores dilemas vividos no segmento da construção é como fazer o planejamento de uma obra.
Algumas empresas vivem a ilusão de que é possível fazer um orçamento macro, e depois poder fazer o planejamento detalhado sem alterar o orçamento feito. Essas empresas se esquecem que o orçamento é base do planejamento e que, na essência, o orçamento é o Planejamento de Custos do seu projeto.

Muito dessa cultura se deve ao fato de que essas empresas vivem uma realidade de não integração entre áreas, onde a área de orçamento não conversa com a área de planejamento que por sua vez não conversa com quem vai executar a obra e é ai que vive o problema.

O fato mais comum de vermos é a constante desavença entre essas áreas onde um diz que a outra não conhece a sua realidade, e isso é agravado quando essas empresas usam ferramentas que não são estruturadas e muitas vezes integradas para tal.

Vemos que as empresas usam para orçamento uma ferramenta, para o planejamento outra e para a execução e acompanhamento de obra uma terceira diferente das outras duas, isso quando usam ferramentas.
Aliadas a isso temos ainda o mito que o MS Project é a ferramenta ideal para o planejamento de obras, não que isso seja uma mentira. O MS Project é uma ferramenta volta para projetos onde o foco de planejamento e controle é somente o tempo, ou seja, o esforço e o trabalho realizado.

Em uma obra há a necessidade de controlar não só o tempo, mas também o quantitativo de serviços executados.

Existem no mercado ferramentas que nos ajudam nessa tarefa de fazer um bom planejamento de obra, onde podemos aliar o bom planejamento Executivo, Aquisitivo e Financeiro do projeto, e convenhamos, o MS Project não nos dará essa possibilidade.

Não irei falar das diversas ferramentas existentes, mas sim das necessidades de planejamento e como a empresa pode maximizar a rentabilidade do projeto com o bom uso de técnicas de planejamento.
Existem técnicas e ferramentas que são notadamente consagradas e que podem nos auxiliar a fazer um bom planejamento de projeto, uma grande fonte de pesquisa é o PMBOK do PMI (Project Management Instituit).
O que veremos nesse texto é como adequar essas melhores praticas à realidade de uma construtora.
Para esse processo veremos os 3 tipos de planejamento (Executivo, Aquisitivo e Financeiro) e como podemos trabalhar com eles.

1.        Planejamento Executivo
O planejamento executivo abrange a definição de prazos de execução das atividades do projeto, onde ele será a base para os demais planejamentos. Para que ele seja bem feito é necessário que a estruturação da EAP (Planilha de atividades) tenha sido bem feita.
Para que tenhamos um resultado satisfatório é necessário nos atentarmos a alguns pontos:
a.       Que ferramenta irei usar para fazer o planejamento? Cronograma de Barras ou PERT/CPM?
b.      Caso faça opção por usar o cronograma com que granularidade de tempo desejo fazer o acompanhamento do projeto para que possa fazer o planejamento seguindo essa mesma definição.
c.       Caso opte pelo PERT, cabe questionar se existe a cultura para usar essa ferramenta? Por se tratar de uma ferramenta que exige um detalhamento maior no processo de planejamento, existe tempo suficiente para fazer o mesmo?
d.      A estrutura da minha EAP está estruturada da maneira mais adequada para fazer o planejamento, ou seja, está detalhado o suficiente?
e.      Como vou tratar os feriados e dias não uteis?
f.        Qual a jornada de trabalho diária padrão de trabalho para as equipes?

Esses são alguns pontos que merecem especial atenção, para o processo de planejamento executivo.
Uma vez respondida essas perguntas, cabe então iniciar o planejamento.

A mais importante de todas é a pergunta referente à estruturação da EAP do projeto, não adianta termos um orçamento de um empreendimento de 5 torres feitos de maneira macro e querer planejar por bloco, não existe magica ou ferramenta integrada que faça isso.

Se planejar por bloco tenho que orçar por bloco, pois só assim teremos condição de comprar o custo orçado com o custo realizado por bloco.

2.  Planejamento Aquisitivo
O planejamento aquisitivo não abrange somente a compra de material, mas sim a aquisição de todos os recursos do projeto, ou seja, material, mão de obra e equipamentos.OO maior objetivo desse planejamento é permitir que sejam dimensionados e adquiridos os recursos que serão necessários para que o projeto possa ser executado no prazo determinado, ou seja, seguindo o planejamento executivo.
Para esse processo devemos atentar para alguns pontos:
a.       O planejamento executivo está pronto?
b.      Os recursos necessários para cada atividade do meu projeto estão associados às mesmas?
      c.       Os recursos necessários para execução das atividades tem associado a eles o tempo que leva a aquisição, ou seja, a soma do tempo de cotação, negociação, aquisição e entrega?

Esses são alguns pontos que precisam ser verificados para que tenhamos um correto dimensionamento e aquisição de recursos. Como estamos falando de recursos de maneira genérica, vou detalhar alguns pontos para aquisição de material, mão de obra e equipamentos.


2.1 Materiais
Os materiais merecem especial atenção, pois o dimensionamento das quantidades será feito em função do planejamento financeiro e das composições associada às atividades do projeto.

Deve ser feito um plano de aquisição verificando quais os produtos podem ser agrupados para um melhor pacote econômico de compras.

O correto planejamento de compras permite que uma vez enviada a demanda de cada obra para
o departamento de compras o mesmo possa fazer  compras programadas, contratos de fornecimento e tenha uma política de negociação mais agressiva frente aos fornecedores.

2.2 Mão de Obra

A mão de obra é sem duvida o ponto mais crítico no planejamento aquisitivo, encontrar pessoas com a qualificação adequada tem se mostrado cada vez mais difícil, além disso, encontrar essas pessoas na quantidade necessária para que não se perca a produtividade e nem se tenha custos excessivos com demissão e contração.

Para que esse processo seja otimizado é importante que se tenha o correto dimensionamento da equipe necessária em função da produtividade que se deseja alcançar. Existem softwares que fazem esse dimensionamento de equipes levando uma serie de fatores em consideração que, não somente a produtividade de um profissional diante de determinada frente de trabalho.

Esses produtos normalmente levam em consideração informações referente as paradas por chuva e motivos adversos, jornada de trabalho possível na região e número de turnos.

Uma ferramenta que faz isso com muito primor é a ferramenta da TOTVS, mas existem outras que também tem essa funcionalidade.
Com esse dimensionamento feito de maneira adequada teremos a Curva S de mão de obra, o que permitirá verificar a equipe necessária período da período do projeto e se essa equipe é plausível, levando assim a decisões como, por exemplo, terceirizar uma parte de um projeto em função de um volume grande contratação e demissão em um curto espaço de tempo.


2.3 Equipamentos.

Assim como a mão de obra o correto dimensionamento dos equipamentos levará a verificar a necessidade de aquisição ou locação de equipamentos, e até mesmo a transferência de equipamentos de um projeto para outro em função de fatores como atrasos e custos.

Como podemos ver o processo de planejamento de aquisições é fundamental para que o projeto seja bem sucedido, tanto no que tange o custo quanto o prazo do mesmo. Além disso, reflete diretamente no próximo tópico que é o planejamento Financeiro do projeto.


3.      Planejamento Financeiro


Esse tópico é tão importante quanto os dois anteriores, porém só é possível fazer um bom planejamento financeiro do projeto depois que as duas etapas anteriores tenham sido vencidas.

Não adianta querer usar somente o orçamento e o cronograma executivo e achar que você terá o planejamento financeiro do projeto,  porque você não terá. O que você irá obter com essa informação é somente o valor que será empenhado em cada período de obra.

Isso se deve ao fato de que para que se tenha um correto planejamento financeiro é necessário saber com que condições financeiras serão adquiridos os recursos do projeto, o fato de um projeto durar, por exemplo, 12 meses não significa necessariamente que no decimo segundo mês do projeto todos os custos do mesmo estarão pagos, isso só será uma realidade se todos os recursos adquiridos forem pagos a vista, fato que dificilmente ocorre em projeto de longa duração.

Além desse ponto temos que levar em consideração o planejamento das receitas do projeto, como será o faturamento desse projeto, por medição, por marco, pela venda das unidades imobiliárias, ou seja é necessário agregar ao planejamento de despesas as receitas, e assim teremos o cenário completo do panorama financeiro do projeto e com isso poder traçar inclusive estratégias para mitigar problemas que por ventura venham ocorrer.

Ter esse planejamento bem feito irá permitir ter o fluxo de caixa previsto do projeto, e fazer o acompanhamento do mesmo tanto em uma visão financeira quanto econômica.


Poderíamos expandir o tema de planejamento falando de planejamento de risco, qualidade e vários outros tópicos, porém, esses são em minha opinião, os pontos principais a serem abordados em uma obra.

Uma vez esses 3 itens feitos de maneira correta e com o devido cuidado já temos informações suficientes para que possamos evoluir para um  bom controle do projeto, pois teremos em mão informações para acompanharmos o andamento físico e financeiro do projeto.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Dicas e cuidados na hora de implementar um ERP nas construtoras

 Em qualquer empresa, independente do ramo de atividade, a decisão de adquirir e implementar um novo ERP é um grande passo, que envolve investimentos elevados e grande volume de trabalho.

A implementação de um ERP é sempre uma coisa delicada, envolve muitas áreas, pessoas, processos e principalmente, por muitas vezes, mudança de cultura dentro da organização.

Essa tarefa tem por si só uma série de complicadores que interferem diretamente no bom andamento do projeto.
Um processo de implementação de um ERP atua claramente na zona de conforto de todos os funcionários que serão envolvidos no mesmo. O medo do novo e da mudança é sempre uma grande barreira a ser  vencida.
 Normalmente, esse medo provoca nas pessoas uma ação imediata de repulsa e tendência a sonegar informações e vem sempre acompanhada de uma grande resistência.
A resistência a mudança é uma barreira que precisa ser superada para que o projeto seja bem sucedido, pois conseguir o envolvimento e comprometimento de todos é fundamental.
Para isso é importante fazer uma reunião de alinhamento com todos os envolvidos e, principalmente, com os usuários chave de cada área para que eles tenham consciência do projeto e estejam alinhados com ele, essa é a nossa primeira dica.
Além disso tudo não podemos esquecer que a empresa não para durante o processo de implementação. As atividades cotidianas continuarão existindo e farão concorrência com as do projeto de implementação do ERP.

Outro ponto importante que as empresa de modo geral devem se atentar é  escolher uma pessoa adequada para ser o gerente desse projeto.
Essa pessoa terá grande responsabilidade, principalmente de zelar pelo bom andamento do projeto e procurar garantir o envolvimento de todos os usuários chave na passagem de informações.

Vamos ver dicas importantes para que uma Construtora garanta uma boa implementação do ERP.
1 – O Levantamento de processos.
Um erro comum que encontramos é o levantamento de processo de forma departamental.
Esse problema ocorre muito em função de uma identificação falha de gargalos da empresa.
Normalmente, no início do projeto, identificamos uma determinada área que se encontra em situação crítica e a tendência é procurar atender a essa área primeiro, até aí nenhum problema ou erro. O erro está em não se lembrar que essa área irá ter que, em algum momento, se integrar com o todo da empresa.
O levantamento de processos, como o próprio nome diz, deve ser feito com foco no processo, alinhando e alinhavando o processo, identificando todos os pontos de integração, buscando sempre identificar os pontos de origem e destino dos dados e informações gerados por esse departamento.
Normalmente nesse ponto se define a prioridade de implementação dos processos, devemos ter muito cuidado com essa ordem.

2 – Ordem de implantação das áreas.
Esse item está intimamente ligado ao tópico anterior, pois o levantamento de processos é normalmente uma fonte importante na definição dessa ordem de  implantação nos departamentos.
Devemos sim atacar os departamentos que apresentaram maior número de problemas ou dificuldades no dia a dia, pois esse é o gargalo inicial.
É muito comum vermos situações onde, em função da ordem definida, esbarramos em problemas de definição que irão afetar de forma contundente o resultado da implantação.
Um deles é a definição de centro de custo e do plano de contas da empresa.
Caso o levantamento de processos não tenha atentado para o fato que, a na maioria esmagadora das empresas a obra é um centro de custo, teremos uma definição incorreta da estrutura desse ponto fundamental e que irá impactar diretamente na implantação e eventualmente  levar a termos todo um retrabalho para corrigir esse problema.
O CENTRO DE CUSTO e o PLANO DE CONTAS  são a espinha dorsal do ERP, não se esqueça disso jamais.
A ordem com que serão implantados os módulos do ERP, deve ser definida levando em consideração a integração entre os mesmos e lembrar sempre que a origem de todos os dados se dá na Engenharia, ou seja, toda a informação de custo vem da obra e de nenhum outro departamento.
Em uma Construtora a área principal é a Engenharia, então, todas as demais áreas são prestadores de serviço para a mesma.

3 – Gana por resultados
Outro ponto que temos que focar sempre é um ponto que interfere na credibilidade do ERP, da equipe de implementação e conseqüentemente no grau de ansiedade da empresa , usuários, gestores e alta administração.
Um ERP é na essência um processador de dados e todo processamento de dados parte de uma premissa básica que é.
ENTRADA DE DADOS => PROCESSAMENTO => INFORMAÇÃO PROCESSADA.
Com base nessa premissa básica, devemos focar no item que poucas equipes de implementação se preocupam que é a geração de Resultado (INFORMAÇÃO PROCESSADA).
O usuário final só percebe o resultado através de extração de dados, sejam elas por intermédio de relatórios, planilhas ou BI.
Sem isso todo o caminho percorrido durante a parametrização, treinamento e teste, fica sem um fim bem definido para o usuário, nada foi feito pelo simples fato dele não ver o resultado em suas mãos.
Muitas empresas fornecedoras de ERP, ou as famosas consultorias de implementação, costumam deixar para um segundo momento o levantamento e a implementação dos relatórios.
Lembre-se: o que coroa o término do processo é a apresentação do resultado do mesmo, e a empresa que está patrocinando todo esse movimento tem GANA POR RESULTADOS.

4 – Simplifique
Tenho uma máxima comigo que sempre procuro seguir DIFÍCIL É FAZER FÁCIL.
Essa máxima tem um significado muito simples, procure fazer com que as coisas aconteçam de maneira simples.
Normalmente, os problemas têm soluções simples. Cuidado com o hábito de complicar as situações procure sempre entendê-las como um todo, descobrindo a origem do problema e siga pelo caminho mais simples para resolvê-lo.
Em uma construtora temos usuários dos mais diversos níveis de escolaridade, quanto mais simples for melhor para todos.
Além disso, você sempre irá se deparar com a seguinte frase: “no sistema antigo era mais fácil”! Isso pode ser um indicador que você tenha complicado a vida do usuário. É claro que, muitas vezes, essa frase é dita pelo costume e intimidade com a ferramenta antiga, mas fique atento a isso.

5 – Foco na Engenharia
Não perca o foco da principal área da empresa.
Aqui é onde todas as integrações nascem.
É aqui onde todos os principais resultados terão que ser apresentados.
Afinal de contas uma construtora vive de Obra, e obra é com a engenharia.

Essas são apenas algumas das principais dicas para que o projeto de implementação de um ERP seja bem sucedido, é obvio que tem vários outro pontos que temos que ter atenção mas esses 5 são, na minha opinião, os principais.

Foco no processo, e lembre-se Difícil é fazer Fácil.


quinta-feira, 3 de março de 2011

Como escolher um ERP para Construtoras

Uma das tarefas mais difíceis para qualquer empresa é a escolha de um bom ERP para atender as suas necessidades.

Para fazer essa escolha temos que ter em mente alguns pontos muito importantes, o mais importante deles é que o ERP é uma ferramenta que deverá atender principalmente as atividades fim da empresa.

Em se tratando de uma construtora essa tarefa se torna mais árdua ainda, visto que a maioria do ERP´s de mercado atendem muito bem as áreas de apoio como: compras, financeiro, fiscal, folha e contabilidade, mas dificilmente atendem as necessidades da área de engenharia e incorporação.

Uma escolha errada pode levar a um alto grau de customização, além de elevar consideravelmente o custo de implementação e aquisição.

Parece incrível, mas muitos dos fornecedores de ERP´s , inclusive empresas multinacionais, tendem a apresentar soluções adaptadas oriundas de necessidades da indústria e esquecem-se que o mercado da construção tem necessidades específicas.

Temos que procurar sempre ferramentas que atendam essas necessidades específicas, pois caso optemos pela ferramenta que não tenha essas características, iremos incorrer em uma falha comum que é a de perpetuar ou até mesmo ter que criar controles paralelos em planilhas ou customizações.

Nessa busca temos que procurar responder algumas perguntas, pois a aquisição de um ERP é mais que uma simples compra, é também a criação de uma parceria longa e perene.
Vou colocar algumas perguntas que devemos ter em mente nesse processo de seleção:

  1. As empresas que estão  se candidatando para ser o meu fornecedor  tem tradição no segmento?
  2. Qual experiência elas tem com a implementação dessa solução em construtoras?
  3. Quem são os seus clientes?
  4. Qual o porte de clientes eles atendem?
  5. Existem cases de sucesso que possa visitar?
  6. Existem cases de insucesso? Qual o motivo?
  7. Essa empresa está preparada para acompanhar o crescimento da minha empresa?
  8. Ela tem condições de me apoiar em qualquer lugar onde eu tenha obras?
  9. Como é o seu atendimento? Suporte a dúvidas, atualização de versões, correções de erros, atendimento de demandas de melhorias.
  10. Caso eu precise de um relatório personalizado como essa empresa vai atender a minha demanda? Tenho liberdade para criar ou estou preso ao atendimento do fornecedor?
  11. Qual a abrangência da ferramenta proposta, sem a necessidade de ferramentas auxiliares, como por exemplo, analise de viabilidade?
  12. Qual o nível de integração existente entre a ferramenta de gestão de obras com o restante do ERP?
  13. Como é o processo de extração de dados gerenciais? Já existe ferramenta nativa ou preciso adquirir uma ferramenta auxiliar de BI?
  14. Quais as formas de acesso ao sistema? Internet ou acesso remoto?
  15. Qual a abrangência da ferramenta da engenharia? Somente orçamento ou tenho controle total inclusive do planejamento?
  16. Qual a dependência de ferramentas de terceiros para planejamento como por exemplo o MS Project?
  17. O ERP está preparado para atender as demandas de uma SPE? E de uma SCP?
  18. Como é feito tratamento de consorcio de obras?
  19. Como funcionará a capacitação dos usuários da empresa?
  20. Qual o custo dessa ferramenta, na sua totalidade?
  21. É possível fazer uma implementação modular?
  22. Qual a metodologia de implementação que será adotada?


Essas são algumas das perguntas que temos que ter em mente de maneira geral para termos uma ferramenta que venha atender as demandas de uma empresa de engenharia de maneira genérica.

Temos também outras perguntas que devem ser feitas no momento em que ser for verificar a ferramenta específica de engenharia.

São perguntas como:
  1. Existe ferramenta específica para a engenharia?
  2. Como funciona o orçamento de obras? Principais funcionalidades como composição, insumos, BDI, Encargos sociais, custo de mão de obra e equipamentos.
  3. Quais limitações existem com relação ao Orçamento?
  4. Quais as facilidades que terei para ganhar produtividade no meu processo orçamentário?
  5. É Fornecido um banco de dados de insumos, composições e preços? Se não, existem formas de utilizar informações padrão de mercado?
  6. Que ferramentas estão disponíveis para entrega de orçamentos como planilhas, relatórios e outros?
  7. Como é feito planejamento de obra?
  8. Quais as ferramentas existentes?
  9. Existe integração com o MS Project? E o com o Primavera?
  10. Existe ferramenta nativa de PERT/COM?
  11. Como é possível fazer o planejamento de compras?
  12. É possível fazer o dimensionamento de Equipes?
  13. É possível, com base no planejamento da obra, disparar compras automaticamente?
  14. É possível fazer previsões de fluxo de caixa com base no planejamento de obra?
  15. Como funciona a gestão de contratos de empreiteiros? Retenção, aditivos e deduções?
  16. Como acompanhar a produtividade das equipes?
  17. Como fazer o acompanhamento do custo diário de obra?
  18. Como fazer o diário de obra?


Essas são algumas perguntas que irão demonstrar de maneira contundente se a ferramenta atende ao desejado e mais se a empresa de ERP tem o conhecimento necessário do segmento para atender a demanda de uma construtora na totalidade.

O maior erro que se pode cometer é cair na armadilha de empresas com marcas famosas que querem fornecer uma ferramenta que não atende de maneira integral a necessidade da empresa.
Esse é um cuidado que devemos ter, algumas empresa tem o discurso de conhecer as melhores praticas do mercado , quando na pratica, não tem a ferramenta e nem tão pouco a equipe qualificada na atividade fim da construtora.

Temos no Brasil ótimas empresas que dispõe de ferramentas para o segmento.
Cada empresa dessas tem suas características e particularidades atendendo as necessidades de maneiras distintas.
Algumas lhe darão suporte para o crescimento, outras custo baixo, outra  tecnologia, cabe decidir o que desejamos no momento e estamos atentos ao binômio BENEFICIO x CUSTO.
Devemos perseguir o melhor benefício com o menor custo, mas claro sempre de olho no futuro .

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Porque a sustentabilidade (ainda) não é uma realidade corporativa

As prioridades empresariais estão mudando de acordo com o modo como são vistas no mercado. Entretanto, o caminho é longo e árduo.
 
Primeiro o foco era em vendas. As empresas procuravam obter maior vantagem competitiva com o maior volume de vendas por exercício. Depois, vieram alguns modismos corporativos, como a reengenharia, a qualidade total e, então, a responsabilidade social.
Assim, ficou para a última ação a sustentabilidade. Mas afinal, o que ela é: modismo ou tendência? Os “verdes” estão convictos de que é uma tendência e, enquanto isso, o pessoal do marketing aproveita o modismo para tentar alavancar as vendas, melhorar a imagem institucional e o valor das ações.
Em um passado recente, a consistência em si dos programas e projetos desempenhados pela empresa não eram analisados e auditados a fundo, o que dava certa liberdade para as empresas abusarem do termo em vários veículos de comunicação.
Felizmente, na “era” da sustentabilidade, a pressão dos stakeholders externos é grande e já temos visto obras serem embargadas, produtos deixando de ser consumidos e empresas terem a licença social de operar cancelada. Resultado: impactos diretos no valor das ações da empresa.
Mas, afinal, o que é sustentabilidade e como ser sustentável?
Ninguém sabe ou pelo menos todo mundo ainda não chegou ao consenso para estas respostas. Podemos dizer que a sustentabilidade não funciona porque ela não existe e ainda falta legitimidade ao termo e nivelamento global de conhecimento sobre algo que é extremamente relativo.
As pessoas de dentro da empresa que não estão diretamente relacionadas ao “departamento de sustentabilidade” têm, no máximo, uma vaga ideia idéia do que acontece acerca do mundo sustentável corporativo.
Como está acontecendo?
Independente da temporariedade ou da perenidade que a sustentabilidade possa ter, o cerne do problema corporativo atual está no que Alan Murray chama de uma “crise existencial da administração moderna”, em seu artigo ao Wall Street Journal.
Peter Drucker chamou a administração da “inovação mais importante do século XX”, mas Murray defende que a administração moderna não sobreviverá no século XXI.
Isso porque as mudanças estão acontecendo de forma muito rápida -, ao passo que a maioria das empresas possui uma grande inércia corporativa fundamentada no que Taylor ou Fayol viveram.  É clara a fraqueza das organizações em lidar com as mudanças aceleradas.
Os gestores ainda acreditam que as respostas para os novos problemas estão nas experiências passadas. Ou seja, mecanicamente repetem ano após ano o exercício de revisar o que foi feito anteriormente e aplicar a mesma solução para as demandas latentes que vão surgindo.
No entanto, existem duas falhas neste raciocínio: a primeira é que essas novas demandas são de fato novas e, portanto, não existiam no passado. A segunda diz respeito aos fluxos multidirecionais que esses novos problemas possuem. Eles surgem de todos os lados e a todo momento, provendo os mais variados stakeholders, além de uma escala crescente de complexidade que exigem ferramentas e tecnologias de gestão de acordo.
Vamos ter um ganho quando diminuirmos a hierarquia – e consequentemente a burocratização – e aumentarmos a colaboração. Por enquanto, ainda estamos muito ligados ao modelo antigo e o modelo novo permanece em construção. É mais difícil nos desligarmos das ideias antigas do que incoporarmos as novas.
Por tudo isto, a sustentabilidade ainda não é uma realidade corporativa. Seu conceito e sua prática continuam sendo, por enquanto, uma tentativa de direcionamento do futuro, um possível ou provável caminho a ser seguido.
Sem atalhos, a construção desta nova estrada será feita por todos nós – empresa, sociedade civil organizada e poder público.

Mariana Galvão Lyra é mestre em Administração, especialista em Gerenciamento de Projetos, consultora e professora nas áreas de sustentabilidade e terceiro setor. mariana@futuranet.ws
Fonte: Agenda Sustentável